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Polícia FEMINICÍDIO

TRAJETÓRIA INTERROMPIDA, JORNALISTA VANESSA RICARTE É MAIS UMA VÍTIMA DE FEMINICÍDIO EM CAMPO GRANDE

A Servidora pública do MPT-MS foi esfaqueada pelo ex-noivo Caio Nascimento, após registrar boletim de ocorrência contra ele; violência reacende debate sobre proteção à mulher.

13/02/2025 07h11 Atualizada há 4 semanas
Por: Redação
TRAJETÓRIA INTERROMPIDA, JORNALISTA VANESSA RICARTE É MAIS UMA VÍTIMA DE FEMINICÍDIO EM CAMPO GRANDE

A jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, servidora pública do Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul (MPT-MS), morreu na noite desta quarta-feira (12) na Santa Casa de Campo Grande após ser esfaqueada pelo ex-noivo, Caio Nascimento. O crime ocorreu na residência da vítima, no bairro Vila Rica, horas após ela registrar um boletim de ocorrência contra o agressor por violência doméstica. O caso, que teve grande repercussão, é mais um episódio de feminicídio no Brasil e reacende o debate sobre as falhas no sistema de proteção às mulheres vítimas de agressão.

Segundo informações da Polícia Civil, Vanessa foi atacada na frente de um amigo que a acompanhava até sua casa para solicitar que Caio Nascimento, o ex-noivo, deixasse a residência. O agressor, que planejava a ação, atingiu a jornalista com três golpes de faca na região do coração. Com ferimentos graves, Vanessa foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada às pressas para a Santa Casa de Campo Grande, onde passou por atendimento emergencial, mas não resistiu às lesões e faleceu horas depois, por volta das 23h55.

O suspeito foi preso em flagrante pelas autoridades e deve responder por feminicídio. A arma utilizada no crime foi apreendida no local, onde a Polícia Militar e a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) realizaram os primeiros levantamentos periciais.

Caio Nascimento
Ex-noivo e homicida, Caio Nascimento

Medidas preventivas em falha

Vanessa Ricarte havia comparecido à delegacia no mesmo dia do crime para denunciar Caio Nascimento por violência doméstica. Embora tenha registrado o boletim de ocorrência, a proteção que deveria ter sido garantida por medidas legais mostrou-se insuficiente. O caso evidencia, uma vez mais, as falhas no sistema de proteção a vítimas de agressão, sendo que, mesmo após a denúncia, Vanessa continuou vulnerável ao ataque de seu agressor.

Vanessa Ricarte: uma trajetória interrompida

Vanessa era servidora pública do MPT-MS e trabalhava como jornalista em uma instituição cujos esforços estão centrados na garantia de direitos e justiça no âmbito trabalhista. Reconhecida por seus colegas como profissional dedicada e comprometida, sua trajetória foi brutalmente interrompida. Amigos e familiares lamentaram profundamente a tragédia, descrevendo-a como uma mulher gentil e uma profissional exemplar.

Vanessa se vai, e deixa uma vida repleta de amor a sua profissão e também ao seu noivo, onde se comprova pelas inúmeras declarações de amor dela, para ele em seu perfil nas redes sociais.

Jornalista Vanessa Ricarte e seu amor a comunicação

Em sua memória, colegas organizaram homenagens e destacaram que sua morte deve servir como alerta: o feminicídio, que segue em níveis alarmantes no Brasil e no MS, precisamos de respostas mais efetivas e imediatas do poder público.

Precisamos conversar de homem para homem

O feminicídio, classificado como crime hediondo no Brasil desde 2015, continua sendo uma realidade trágica e inquietante. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que, em 2023, o país registrou mais de 1.400 casos de feminicídio, equivalente a uma mulher assassinada a cada seis horas, cenário que expõe a urgência de reforçar os sistemas de proteção às vítimas e punição aos agressores. Mato Grosso do Sul, o estado onde o crime ocorreu, apresenta índices acima da média nacional, reforçando a necessidade de atenção das autoridades à segurança das mulheres.

Especialistas em segurança pública defendem a ampliação do acesso a medidas protetivas e à rede de apoio às vítimas como passos indispensáveis para combater a violência de gênero. Além disso, ressaltam a importância de canais de denúncia mais acessíveis e ágeis, somados ao fortalecimento da atuação das delegacias especializadas no atendimento à mulher.

O caso de Vanessa Ricarte trouxe comoção nas redes sociais e entre movimentos que defendem os direitos das mulheres. Organizações chamaram atenção para a necessidade de políticas públicas mais eficazes na prevenção do feminicídio e na proteção de mulheres em situação de risco. O Ministério Público do Trabalho emitiu uma nota de pesar lamentando a perda de sua funcionária e reforçando o compromisso da instituição em combater todas as formas de violência e discriminação.

O caso de Vanessa é um lembrete doloroso da urgência de medidas mais severas e eficazes para proteger as mulheres, responsabilizar agressores e evitar que tragédias como essa se repitam. A luta contra o feminicídio é, sem dúvidas, uma questão que exige ações imediatas, constantes e abrangentes.

Onde buscar ajuda?
Mulheres em situação de violência podem recorrer à Casa da Mulher Brasileira – disque **180**, um serviço 24 horas e gratuito que oferece orientações e encaminhamentos necessários. Denúncias também podem ser feitas pelo número **190**, da Polícia Militar, ou diretamente em delegacias especializadas.

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