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Hackathon une IA e diversidade na educação inclusiva

Mais de 80 participantes de diferentes áreas colaboraram em uma maratona de ideias que resultou em projetos voltados a tornar a educação mais inclu...

06/11/2025 09h08
Por: Redação Fonte: Agência Dino
Crédito: Divulgação
Crédito: Divulgação

A primeira edição da Hackathon USP | Alana – IA na Educação Inclusiva, realizada ao longo de dois meses pela USP e pelo Alana, reuniu estudantes, profissionais e pessoas com deficiência intelectual, síndrome de Down e autismo para desenvolver tecnologias capazes de reduzir barreiras no aprendizado. Durante quase dois meses de atividades, o evento estimulou a colaboração entre distintas áreas do conhecimento e experiências de vida, com destaque para o protagonismo das pessoas com deficiência no processo de criação das soluções, em consonância com o princípio “Nada sobre nós sem nós”.

Embora o país tenha avançado em políticas de inclusão escolar, os dados mais recentes revelam que a desigualdade educacional ainda é expressiva. Apenas uma pequena parcela das pessoas com deficiência conclui a educação básica ou chega ao ensino superior, e menos de 1% dos estudantes da graduação pertencem a esse grupo. A carência de infraestrutura acessível também compromete a permanência e a aprendizagem, o que reforça a urgência de iniciativas que promovam qualidade e equidade no ensino.

Entre as doze propostas criadas, há ferramentas de comunicação assistiva para pessoas com síndrome de Down, plataformas que auxiliam professores na produção de conteúdos acessíveis segundo os princípios do Desenho Universal da Aprendizagem (DUA), agentes virtuais que estimulam o pertencimento e a inclusão em sala de aula e sistemas capazes de adaptar materiais pedagógicos conforme as necessidades individuais dos alunos, contribuindo para práticas mais equitativas.

A diversidade foi um dos pilares da iniciativa. Dos 88 inscritos, 28% eram pessoas com deficiência e 33% familiares, em um grupo marcado pela pluralidade de idades, gêneros e raças. Entre os estudantes da USP, 38% participam do Programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil (PAPFE). As equipes reuniram profissionais e estudantes de mais de 25 áreas de humanas, exatas e biológicas, como pedagogia, tecnologia da informação, design, enfermagem, letras, psicologia, direito, economia e diversas engenharias.

“Reunir pessoas com e sem deficiência no processo de criação é essencial para que a tecnologia reflita a diversidade humana e promova, de fato, inclusão”, afirma Pedro Hartung, CEO da Alana Foundation e Diretor de Políticas e Direitos das Infâncias do Alana. “O co-design e a coparticipação mostram que, quando a diversidade está presente desde a concepção das soluções, a inteligência artificial deixa de reproduzir desigualdades e passa a ser uma ferramenta poderosa para superá-las, especialmente na educação.”

Com o apoio de instituições nacionais e internacionais, a hackathon contou com contribuições essenciais para o desenvolvimento das soluções. O Unicef colaborou com a curadoria de conteúdos e indicação de especialistas para a trilha formativa; o Instituto Rodrigo Mendes promoveu formações e mentorias sobre educação inclusiva; e a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD) prestou consultoria técnica e garantiu a participação ativa de pessoas com síndrome de Down. A Escola de Gente e o Espaço Mosaico ofereceram suporte em acessibilidade e mediação entre os participantes, enquanto o Instituto de Ciências e Tecnologia Itaú (ICTi) apoiou as equipes com mentorias em inovação e inteligência artificial. Já a Turma do Jiló e a especialista em inclusão, Nancy Costa, conduziram dinâmicas de acolhimento e encerramento, reforçando a importância da empatia e da valorização da diversidade no processo criativo.

Para Hartung, as parcerias firmadas para o hackathon foram fundamentais para transformar ideias em soluções concretas. “O envolvimento de instituições reconhecidas em educação, tecnologia e inclusão garantiu não apenas a qualidade técnica dos projetos, mas também a sensibilidade necessária para que cada proposta refletisse as múltiplas dimensões da diversidade. Essa soma de saberes mostra que inovação e inclusão caminham juntas quando colocamos as pessoas no centro do processo de criação”, destaca. 

Inspirada em experiências internacionais, a hackathon brasileira teve como referência iniciativas realizadas pelo Instituto Alana em parceria com a Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Em 2023, as instituições promoveram um simpósio e um hackathon voltados à aplicação da inteligência artificial na educação inclusiva. Os aprendizados resultaram no documento AI + Learning Differences: Designing a Future with No Boundaries, lançado em 2024, que apresenta recomendações sobre cocriação com pessoas com deficiência, ética e formação docente, princípios que também orientaram a edição brasileira.

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