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Política BRASIL

LULA QUER DESCOBRIR “QUEM PASSOU A MÃO NO OVO”

Recentemente, o presidente do Brasil fez uma declaração que gerou ampla discussão e divisões nas redes sociais

14/03/2025 12h42 Atualizada há 8 horas
Por: Jhenifer Damazio
LULA QUER DESCOBRIR “QUEM PASSOU A MÃO NO OVO”

Recentemente, o presidente do Brasil fez uma declaração que gerou ampla discussão e divisões nas redes sociais:

“Alguém está sacaneando as galinhas. Pode ficar certo que alguém está sacaneando as galinhas, porque essas galinhas que botam ovo, elas ficam trancadas, coitadas, ficam pondo três ovos por dia. Só comendo, bebendo água e pondo ovo, comendo, bebendo e pondo ovo. Não deixam a coitada descansar e vem jogar a culpa em cima da galinha, não, nós não aceitamos isso”, disse ele, em um tom enfático. Embora a fala tenha sido interpretada de diversas maneiras, especialistas e comentaristas alinhados à direita se apressaram a oferecer suas visões sobre o que essas palavras representam para o atual cenário político e econômico do país.

Em seguida, o presidente disse que quer descobrir quem “passou a mão”, isto é, quem está “roubando” no preço do alimento. Lula ainda chamou de “pilantra” o suposto responsável pela alta (leia mais abaixo).

Para os analistas mais conservadores, a fala do presidente traz à tona uma crítica velada à intervenção excessiva do Estado na economia e nas liberdades individuais. A analogia com as galinhas seria, de acordo com eles, uma metáfora para o empreendedor ou produtor rural que, na visão do governo, sofre com uma burocracia opressiva e regulações impositivas. 

O economista Paulo Cruz, conhecido por suas posições liberais e defensor de uma economia mais livre, pontuou que a fala revela uma crítica à forma como o Estado tem forçado certos setores a trabalhar em condições muitas vezes insustentáveis. “Essas galinhas que não param de botar ovos são como os empreendedores do Brasil, que se veem obrigados a operar em um ambiente de carga tributária excessiva, regulamentações abusivas e falta de incentivos para descanso e recuperação. O governo, ao invés de ajudar, faz o contrário: joga mais peso nas costas dos pequenos produtores e das empresas.”

Outro ponto levantado pelos comentaristas de direita é que a fala do presidente também pode ser vista como uma crítica direta aos setores urbanos e à intelectualidade que, segundo eles, distorcem a realidade do campo para fins ideológicos. Muitos, especialmente nas grandes cidades, não compreendem as dificuldades que os produtores rurais enfrentam diariamente, e acabam criando narrativas errôneas sobre o trabalho rural.

A jornalista e analista política Maria Clara Mendonça, que tem se destacado por suas posições de direita, compartilhou sua análise sobre o discurso presidencial: “Quando o presidente fala sobre as galinhas, ele está questionando essa ideia de ‘culpar’ os trabalhadores do campo por não seguirem as normas ‘éticas’ que muitas vezes são impostas por pessoas que nunca pisaram em uma fazenda. Existe uma romantização do sofrimento das galinhas, sem levar em conta que elas precisam trabalhar para garantir a alimentação de uma população inteira. O mesmo acontece com os produtores rurais: se não cumprirem suas funções de maneira produtiva, o impacto será grande para a economia do país.”

O especialista em direito constitucional e liberalismo econômico, Eduardo Rocha, também comentou sobre a metáfora utilizada pelo presidente. “Essa fala pode ser interpretada como uma metáfora sobre a liberdade econômica no Brasil. O governo, ao liberar os empreendedores e os produtores rurais de uma carga desproporcional, estaria permitindo que 'descansassem' e pudessem ser mais produtivos. Em vez de se concentrar nas dificuldades e obrigações, deveria se focar em como tornar o ambiente de trabalho mais eficiente e menos sufocante.”

Alguns comentaristas de direita enxergaram, ainda, a fala do presidente como um recado ao movimento social que defende uma maior regulamentação sobre a produção animal e os direitos dos trabalhadores rurais. “Muitas vezes, o discurso de esquerda, que exige mais direitos para os trabalhadores do campo, acaba ignorando as realidades da produção rural”, afirmou o analista de política internacional e defesa de uma economia de mercado, Lucas Almeida. “Se as galinhas estão sendo vistas como vítimas, então seria necessário refletir sobre qual é o verdadeiro problema: a carga sobre o trabalhador ou o excesso de regulamentações que dificultam o seu trabalho?”

Por fim, para muitos especialistas alinhados à direita, a fala do presidente não é apenas uma crítica ao tratamento das galinhas ou à forma como são tratadas nas granjas, mas uma metáfora sobre a necessidade de reformar a abordagem econômica do país. Com um foco claro na liberdade de mercado, menos interferência do Estado, e a redução de burocracias, a fala também poderia estar ressaltando que a solução para muitos problemas econômicos está em permitir que os produtores — sejam eles rurais ou urbanos — possam descansar, inovar e prosperar sem a pressão constante de políticas públicas que, muitas vezes, acabam tornando seu trabalho insustentável.

Seja como for, a fala do presidente certamente abrirá um novo capítulo nas discussões sobre o papel do Estado na economia, e a forma como as políticas públicas impactam os trabalhadores e produtores do Brasil.

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