Com biocombustíveis consolidados, incluindo bioelétricos, e avanço da eletrificação, o Brasil reúne condições para acelerar a descarbonização do setor de transporte nas próximas duas décadas. A conclusão faz parte de um estudo inédito que analisa cenários de transição energética e políticas públicas capazes de reduzir emissões e impulsionar a competitividade.
Intitulado "Iniciativas e Desafios Estruturantes para Impulsionar a Mobilidade de Baixo Carbono no Brasil até 2040", o levantamento da LCA Consultores, encomendado pelo Instituto MBCBrasil, mostra que o país pode se tornar referência mundial ao combinar matriz energética limpa, sua cadeia de biocombustíveis madura e as novas tecnologias de propulsão elétrica e bioelétrica. Segundo o estudo, o número de veículos eletrificados deve crescer 44 vezes até 2040, impulsionado pelo avanço dos modelos híbridos e híbrido-flex, que representarão 72% desse segmento.
A aposta em etanol e biometano
O estudo reforça o papel dos biocombustíveis como diferencial competitivo brasileiro. O etanol deve ampliar sua demanda em até 2,4 vezes até 2040, incluindo a expansão do uso crescente em combustíveis sustentáveis de aviação (SAF) e no transporte marítimo. Esse avanço será sustentado pela evolução do setor sucroenergético, que aposta em inovações tecnológicas e ganhos de produtividade capazes de garantir a oferta necessária para acompanhar a demanda crescente por etanol e biocombustíveis avançados.
A produção de biometano, por sua vez, pode substituir até 70% do consumo de diesel no transporte pesado, aproveitando-se de resíduos da agricultura e da pecuária, além de aterros sanitários, reduzindo custos logísticos e surgindo como uma alternativa competitiva frente ao diesel e GNL.
O salto da eletrificação
A eletrificação avança no país e deve transformar o perfil da frota brasileira nas próximas duas décadas. Para os veículos leves, o estudo projeta um crescimento médio anual de 26% até 2040, impulsionado pela popularização dos híbridos, híbridos-flex e elétricos. Mesmo com a continuidade dos motores flex-fuel, que utilizam o etanol e seguem como base da transição, o volume de veículos eletrificados deve crescer 44 vezes no período.
Essa evolução exigirá forte investimento em infraestrutura. O estudo estima que o Brasil precisará de cerca de 807 mil novas estações públicas de recarga entre 2025 e 2040, representando uma oportunidade de R$ 25 bilhões para o setor elétrico e de mobilidade.
Para José Eduardo Luzzi, presidente do Conselho de Administração do Instituto MBCBrasil, o estudo deixa claro que as vantagens competitivas do país são acessíveis e, por isso, é necessário esforço contínuo dos setores público e privado, assim como da sociedade civil. "O Brasil reúne as condições ideais para liderar a mobilidade de baixo carbono, mas isso só se tornará realidade com coordenação entre políticas públicas e as agendas industrial, energética e ambiental. Essa integração é essencial para transformar potencial técnico em competitividade e resultados concretos de descarbonização", afirmou.
O lançamento do estudo, realizado em São Paulo em 4 de novembro, reuniu lideranças do setor público e privado para discutir como transformar as evidências técnicas em políticas de longo prazo. O encontro reforçou que as decisões de política energética e de infraestrutura tomadas nesta década serão determinantes para o ritmo da transição e o papel do Brasil na economia verde global.
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