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Política CRISE ECONÔMICA

EM MEIO À CRISE ECONÔMICA QUE O BRASIL VIVE, STF GASTA 38 MIL EM GRAVATAS TEMÁTICAS PARA DAR DE PRESENTE

Para muitos, o gasto é visto como desnecessário e emblemático da desconexão entre a elite do serviço público e a realidade enfrentada por milhões de brasileiros.

14/02/2025 18h38 Atualizada há 4 semanas
Por: Jhenifer Damazio
EM MEIO À CRISE ECONÔMICA QUE O BRASIL VIVE, STF GASTA 38 MIL EM GRAVATAS TEMÁTICAS PARA DAR DE PRESENTE

A economia brasileira enfrenta um dos seus maiores desafios das últimas décadas, com um crescimento aquém do esperado, inflação persistente, e níveis de desemprego ainda preocupantes. Entre tantas incertezas e com a necessidade de austeridade nos gastos públicos, chamou atenção recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em desembolsar R$ 38 mil em gravatas temáticas para presentear.

Essa aquisição, revelada por relatórios de transparência e amplamente compartilhada nas redes sociais, gerou críticas fervorosas. Para muitos, o gasto é visto como desnecessário e emblemático da desconexão entre a elite do serviço público e a realidade enfrentada por milhões de brasileiros. Apesar das críticas, o STF defende a compra como parte de suas práticas costumeiras de representação e diplomacia, sublinhando que esse tipo de investimento em relações institucionais já é tradição em muitas cortes ao redor do mundo.

Atualmente, o Brasil encontra-se em uma encruzilhada econômica. Embora tenha havido indicações de uma recuperação econômica pós-pandemia, a realidade ainda é de crescimento lento e de uma dívida pública que precisa ser rigorosamente gerida. O FMI e outros organismos internacionais têm alertado para a necessidade de reformas estruturais que incentivem o investimento e a modernização do Estado. No entanto, em casa, o cenário é de uma política fiscal frequentemente contestada e de uma carga tributária que sobrecarrega o setor produtivo.

Especialistas em administração pública apontam que em tempos de crise, é fundamental que os órgãos governamentais revisem suas prioridades de gasto. Eduardo Moreira, economista conhecido por suas análises contundentes, comentou que, "Embora o valor, em si, possa parecer pequeno frente ao orçamento inteiro, simbolicamente, aponta para uma desconexão perigosa entre gestores e a realidade socioeconômica."

Por outro lado, defensores do STF argumentam que tais gastos representam uma gota no oceano quando comparados aos desafios estruturais, e que a resposta deve focar em identificar áreas mais significativas de ineficiência e desperdício dentro do aparato público, visando reformas profundas.

O episódio das gravatas também levanta questões sobre como as instituições comunicam suas ações e justificativas para o público. Transparência e a percepção de responsabilidade são essenciais para manter a confiança pública, algo que o STF e outras entidades precisarão constantemente reforçar para evitar velhas críticas de uma prática governamental considerada opaca.

À medida que o Brasil navega por essas águas turbulentas, o escrutínio sobre os gastos públicos certamente aumentará. Enquanto isso, a sociedade civil, os jornalistas e outros mediadores têm um papel vital em exigir mais responsabilidade e comunicação das instituições que usam recursos públicos. Aos olhos de muitos, cada real gasto, especialmente em tempos difíceis, deve antecipadamente passar pelo crivo da necessidade absoluta e da adequação.

 

A ENCOMENDA: 

STF (Supremo Tribunal Federal) encomendou cem gravatas temáticas da corte, com estampa com referência ao edifício-sede da corte. Além do item, lenços também foram comprados. O Supremo adquiriu as gravatas ao custo total de R$ 38.475.

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, afirmou que os itens serão dados como presentes em retribuição quando ministros fizerem ou receberem visitas e forem presenteados com alguma lembrança.

“Nós recebemos muitas visitas ou visitamos lugares em que as pessoas nos dão presentes. E, portanto, foi uma forma que nós encontramos, gentil, de retribuir os eventuais presentes que recebemos com uma gravata que tem o símbolo do Supremo Tribunal Federal e que, se permitirem aí, modéstia à parte, ficou muito bonitinho”, afirmou Barroso.

Até o momento, cada um dos ministros e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ganharam uma gravata, e a ministra Cármen Lúcia um lenço.

De acordo com informações da corte, a maioria será colocada à venda na Livraria do STF. Assim, os valores retornarão aos cofres da União. O fornecedor é Aragem Rio Comércio e Design de Estamparia.

A loja do Supremo vende livros, porta canecas, canetas, cadernos, chaveiros. As gravatas e os lenços ainda não estão disponíveis no site da livraria.

Os pagamentos são feitos por meio de GRU (Guia de Recolhimento da União), um tipo de documento instituído pelo Ministério da Fazenda para recolhimento das receitas de órgãos.

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