Em um cenário de restrições orçamentárias que afeta diversas instituições do governo brasileiro, as viagens internacionais de diretores de agências reguladoras em 2024 chamaram atenção pela elevada cifra de R$ 5,6 milhões gastas com passagens e diárias.
Ao todo, esses diretores realizaram 198 viagens para destinos ao redor do mundo, o que levanta questionamentos sobre o uso dos recursos públicos, especialmente considerando os cortes de aproximadamente 20% nos orçamentos das agências, conforme alertado pelas próprias instituições.
No topo da lista de viajantes está o contra-almirante Antonio Barra Torres, diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) até dezembro de 2024. Durante o ano passado, ele passou 106 dias no exterior, com um custo de R$ 632 mil, visitando países como Portugal, Cuba, Estados Unidos, México e China, entre outros. Entre as viagens mais notórias, está a participação no 12º Fórum Jurídico de Lisboa, evento que custou R$ 40,6 mil aos cofres públicos. O encontro ficou famoso pelo apelido “Gilmarpalooza”, em referência ao ministro do STF, Gilmar Mendes.
Enquanto as agências reguladoras enfrentam dificuldades financeiras e até demissões de mão de obra terceirizada, o caso das viagens internacionais levanta dúvidas sobre a gestão dos recursos. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), por exemplo, foi uma das mais afetadas pelos cortes orçamentários, com a instituição alertando que tais medidas poderiam prejudicar suas operações essenciais. Mesmo com essas dificuldades, o diretor da ANTT, Felipe Fernandes Queiroz, passou 65 dias fora do país, com um custo de R$ 217,3 mil.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), representada por Artur Coimbra de Oliveira e Alexandre Freire, também figura entre os diretores que mais viajaram, com 57 dias fora do Brasil.
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