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LULA RECUSA PROPOSTA DOS EUA DE CLASSIFICAR PCC E CV COMO ORGANIZAÇÕES TERRORISTAS E DEFENDE BANDIDOS

O governo brasileiro rejeitou uma proposta feita por autoridades dos Estados Unidos para classificar as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas.

08/05/2025 14h48
Por: Redação
LULA RECUSA PROPOSTA DOS EUA DE CLASSIFICAR PCC E CV COMO ORGANIZAÇÕES TERRORISTAS E DEFENDE BANDIDOS

O governo brasileiro rejeitou uma proposta feita por autoridades dos Estados Unidos para classificar as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas.

Segundo os interlocutores norte-americanos, classificar as facções como grupos terroristas permitiria endurecer o cerco contra suas atividades, aplicando sanções mais rigorosas por meio da legislação antiterrorismo dos EUA. A argumentação dos Estados Unidos baseia-se no fato de que o PCC e o CV já operam fora do Brasil, com presença registrada em 12 estados norte-americanos, incluindo Nova York, Flórida, Nova Jersey, Massachusetts, Connecticut e Tennessee.

De acordo com os americanos, essas facções estariam usando território dos EUA para lavar dinheiro com a ajuda de brasileiros residentes ou em trânsito. Como medida de contenção, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil teria negado 113 pedidos de visto de pessoas com ligações comprovadas ou suspeitas com essas organizações.

Interpretação jurídica brasileira trava avanço da proposta

Apesar da preocupação compartilhada com o avanço do crime organizado transnacional, o Palácio do Planalto respondeu que o enquadramento como terrorismo não se aplica à realidade jurídica brasileira. Segundo os representantes do governo federal, a legislação nacional define terrorismo como atos cometidos por motivações ideológicas, religiosas ou políticas, o que não se encaixa no perfil das facções brasileiras, que têm como principal objetivo o lucro por meio de atividades ilícitas, como tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

A posição brasileira está amparada na Lei nº 13.260/2016, que trata da definição legal de terrorismo no país. Essa norma exige uma motivação ideológica clara, o que, segundo as autoridades nacionais, não se aplica às práticas das organizações criminosas mencionadas pelos EUA. Embora o governo brasileiro reconheça o alcance e a periculosidade dessas facções, a classificação como grupo terrorista poderia gerar implicações diplomáticas e jurídicas complexas, além de abrir precedentes controversos no sistema penal brasileiro.

Colaboração internacional contra o crime de terroristas
Mesmo sem aceitar o enquadramento proposto pelos Estados Unidos, o Brasil reafirmou o compromisso de cooperar internacionalmente no combate ao crime organizado. O governo destacou o trabalho conjunto com agências internacionais de segurança e inteligência e defendeu mecanismos de enfrentamento com base em acordos bilaterais, respeitando as legislações internas de cada país.

A delegação americana teria insistido na tese de que a classificação como terrorismo ampliaria o alcance das ações dos EUA contra os fluxos financeiros e logísticos das facções brasileiras. No entanto, o Itamaraty e os representantes da segurança pública nacional reforçaram que as ações de repressão seguirão firmes por outras vias, como cooperação policial, inteligência financeira e extradição de criminosos com atuação internacional.

Apesar da divergência quanto à definição formal, ambas as partes concordaram em aprofundar o diálogo e as estratégias conjuntas de combate à lavagem de dinheiro, ao narcotráfico e à infiltração das facções brasileiras em outros países.

A proposta americana deve continuar em debate nos bastidores diplomáticos, mas, por ora, o Brasil mantém sua posição jurídica, focada em reforçar o combate ao crime sem alterar a definição de terrorismo prevista em sua legislação.

 

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