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QUANTAS MAIS? QUANTAS MÃES, FILHAS, IRMÃS, AMIGAS? PELO FIM DO FEMINICÍDIO NO MATO GROSSO DOS SUL E NO BRASIL 

Análise dos números de 2024 e 2025 aponta desafios e apresenta propostas concretas para combater o feminicídio no Brasil, destacando o papel fundamental das iniciativas locais e nacionais.

14/02/2025 10h49 Atualizada há 4 semanas
Por: Jhenifer Damazio
QUANTAS MAIS? QUANTAS MÃES, FILHAS, IRMÃS, AMIGAS? PELO FIM DO FEMINICÍDIO NO MATO GROSSO DOS SUL E NO BRASIL 

Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado um desafio alarmante: o número crescente de feminicídios. Dados de 2024 e 2025 indicam que, embora haja esforços para erradicar essa violência, ainda há um longo caminho a percorrer. Este fenômeno, particularmente em estados como o Mato Grosso do Sul, reflete uma crise social que demanda atenção urgente e soluções eficazes.

De acordo com o Atlas da Violência, um dos principais relatórios sobre segurança pública no país, o feminicídio no Brasil apresentou um aumento preocupante em 2024. No Mato Grosso do Sul, os números subiram significativamente, colocando o estado entre os mais desafiadores no combate à violência de gênero. Observa-se que a maioria dos casos ocorre em contextos domésticos, reforçando a necessidade de intervenções direcionadas.

Em 2024, ao menos 1.387 mulheres foram assassinadas por razões relacionadas ao gênero, uma média de quatro feminicídios por dia.

 

 

A realidade em 2025 não mostra um alívio da situação; no entanto, surge o início de um movimento mais robusto contra o feminicídio. Várias iniciativas foram implementadas, tanto localmente quanto em âmbito nacional. Destacam-se programas de conscientização e campanhas educativas que visam desmontar mitos e preconceitos associados à violência contra mulheres.

Entre as medidas mais promissoras estão os esforços para expandir a rede de proteção às vítimas, que incluem a criação de mais delegacias especializadas e centros de apoio. Outra estratégia importante discutida nas casas legislativas é o fortalecimento de penas para os agressores, além de melhorar a resposta policial e a proteção judicial.

 

 

O financiamento para projetos de empoderamento feminino, especialmente em áreas vulneráveis, é uma das soluções a longo prazo que tem sido considerada estratégica. O governo estadual do Mato Grosso do Sul aprovou, recentemente, um orçamento voltado para programas que oferecem suporte psicológico e jurídico às vítimas, além de facilitar o acesso ao mercado de trabalho.

A sociedade civil e as ONGs têm desempenhado um papel vital nesse processo, promovendo campanhas de conscientização e amplificando a voz das vítimas. Parcerias com instituições de ensino também se mostraram benéficas, mediante a introdução de temáticas relacionadas à igualdade de gênero no currículo escolar.

Apesar das dificuldades, os esforços para reduzir o feminicídio no Brasil estão em andamento e reforçam a ideia de que, embora desafiadora, a mudança é possível. Instituições, governo e sociedade compartilham essa responsabilidade coletiva de transformar a cultura de violência em uma onde a igualdade e o respeito prevaleçam.

Essas iniciativas são mais do que bem-vindas; são imperativas. À medida que o Brasil avança para um futuro mais seguro, é imprescindível que o combate ao feminicídio se estabeleça como uma prioridade inegociável, garantindo que futuras gerações cresçam em um ambiente mais justo e seguro.

 

Dados de feminicídio em 2024 em MS (Reprodução, Sejusp)

 

 

Casos de feminicídios no Mato Grosso do Sul: 

Se em 2023 os dados já eram alarmantes, em 2024, o cenário de violência de gênero mostrou-se ainda mais preocupante em Mato Grosso do Sul. É que no comparativo, o número de feminicídios aumentou no estado, de 30 para 35. Os dados são da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública).

São 35 famílias que choram pela mãe, filha e irmã que tiveram suas vidas brutalmente interrompidas. Desse total, 11 casos foram registrados em Campo Grande. Além dos crimes consumados, o estado registrou 87 casos de tentativa de feminicídio, 33 casos a menos que em 2023.

 

Casos de feminicídio batem recorde em São Paulo: 

Os casos de feminicídio atingiram um recorde no estado de São Paulo em 2024: em média, uma mulher foi assassinada a cada 34 horas. De janeiro a dezembro do ano passado, foram 253 mortes – um aumento de 14,5% em relação a 2023.

O número, divulgado pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, é o maior desde 2018, quando os crimes cometidos contra mulheres por questões de gênero passaram a ser contabilizados pela pasta. A lei 13.104, que entrou em vigor em março de 2015, considera feminicídio quando o assassinato envolve violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher da vítima.

 

Piauí registra aumento de 42,9% em casos de feminicídio em 2024:

Em 2024, o Piauí registrou um aumento preocupante nos casos de feminicídio, passando de 28 ocorrências em 2023 para 40, representando um crescimento de 42,9%, conforme o Relatório Anual da Secretaria de Segurança Pública (SSP-PI).  

A delegada Nathália Figueiredo, responsável pelo Núcleo de Feminicídios do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que destacou a complexidade desse tipo de crime.

 

Mais de 84% dos feminicídios foram cometidos por companheiros ou ex-companheiros de vítimas em 2024 no RS:

Das 72 mulheres mortas por questões de gênero no Rio Grande do Sul no ano passado, 61 foram assassinadas pelos companheiros ou ex-companheiros. Isso representa 84,7% do total dos feminicídios de 2024. Os dados são do Mapa dos Feminicídios, divulgado pela Polícia Civil nesta terça-feira (21).

O mapa busca traçar o perfil das vítimas e dos autores, além de tentar identificar características dos crimes para a criação de políticas públicas de prevenção, explica a diretora da Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher (Dipam) da Polícia Civil, delegada Cristiane Ramos, que comanda a elaboração do mapa. O levantamento é feito anualmente com dados do Observatório de violência doméstica da Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP-RS). 

 

Lugar de acolhimento: Sala Lilás já chegou a 48 cidades de MS com missão de quebrar ciclo de violência

A sala é composta por dois ambientes, sendo um cartório para o escrivão que vai formalizar a denúncia e o outro (ambiente) tem brinquedos, sofá, banheiro com trocador, pois muitas vezes as vítimas estão com crianças e até bebês. O objetivo é oferecer toda tranquilidade e lugar seguro para seu filho, enquanto ela presta depoimento.

“A partir do momento que se fortalece esta vítima, ela percebe que ela não tem que voltar para próximo do agressor, pois foi acolhida e a partir daquele momento tem condições de sobreviver com seus filhos, pois não vai faltar ajuda, assistência, abrigo, até ela ser reinserida no dia a dia. Assim tentamos quebrar esta dependência emocional e financeira do agressor, assim se quebra o ciclo da violência”, destaca a responsável pelo projeto.

 

 

“A partir do momento que se fortalece esta vítima, ela percebe que ela não tem que voltar para próximo do agressor, pois foi acolhida e a partir daquele momento tem condições de sobreviver com seus filhos, pois não vai faltar ajuda, assistência, abrigo, até ela ser reinserida no dia a dia. Assim tentamos quebrar esta dependência emocional e financeira do agressor, assim se quebra o ciclo da violência”, destaca a responsável pelo projeto.

Projeto pioneiro

A criação da Sala Lilás se trata de um projeto pioneiro em todo Brasil. A primeira foi inaugurada em novembro de 2017. Nesta semana será entregue a 48° unidade na cidade de Itaquiraí. O objetivo é chegar em 76 das 79 cidades do Estado, só não estando nos municípios que já possuem Casa da Mulher Brasileira.

O projeto já chegou em Sidrolândia, Ribas do Rio Pardo, Bonito Terenos, Maracaju, Angélica, Miranda, Anaurilândia, Glória de Dourados, Deodápolis, Chapadão do Sul, Iguatemi, Eldorado, Paranhos, Bandeirantes, Camapuã, Água Clara, Rio Negro, Nova Alvorada do Sul, Costa Rica, Caarapó, Amambai, Ladário, Sonora, Porto Murtinho Selvíria, Anastácio, São Gabriel do Oeste e Brasilândia.

Além de Ivinhema, Itaporã, Jateí, Batayporã, Guia Lopes da Laguna, Dois Irmão do Buriti, Douradina, Vicentina, Santa Rita do Pardo, Tacuru, Sete Quedas, Naviraí, Dourados, Ponta Porã, Bodoquena, Jaraguari, Nova Andradina, Coronel Sapucaia e Itaquiraí.

 

#TodosPorElas:

A campanha #TodosPorElas é uma ação conjunta entre o TJMS, o Governo do Estado e a Assembleia Legislativa de MS, com o objetivo de sensibilizar e mobilizar a população sobre a violência de gênero e combater o feminicídio.

Iniciativa da Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça-MS.

Idealização e Autoria: Desembargadora Jaceguara Dantas da Silva.

Realização interinstitucional dos Três Poderes do Estado de Mato Grosso do Sul:

- Poder Judiciário, através do Tribunal de Justiça;
- Poder Executivo, representado pelo Governo do Estado;
- Poder Legislativo, por meio da Assembleia Legislativa.

Você pode ficar por dentro no link: https://www5.tjms.jus.br/todosporelas/

 

Quantas mulheres mais? Vão ser brutalmente assassinadas por homens que dizem as amá-las de manhã, e no fim do dia tiram a vida delas? Quantas mais? Mães, filhas, tias, primas, irmãs, amigas mais vão perder a vida?  

 

Denuncie:

Ligue 180 – Central de Atendimento à MulherA Central de Atendimento à Mulher 

Ligue 180 é um canal criado pela Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, que presta uma escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência), permite denunciar de forma anônima e gratuita e está disponível 24 horas, em todo o Brasil.

Vítimas de violência também podem recorrer à Casa da Mulher Brasileira, localizada na Rua Brasília, Jardim Imá, em Campo Grande–MS – Telefone: (67) 2020-1300.

 

 

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