O deputado estadual João Henrique Catan (PL-MS) tem vivido um progressivo afastamento do círculo mais íntimo da família Bolsonaro. Sem acesso direto ao grupo central do bolsonarismo, o parlamentar tem restringido sua atuação nas redes sociais a repostagens de conteúdos publicados pelos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro — Eduardo (PL-SP), Flávio (PL-RJ) e Carlos Bolsonaro —, sem qualquer interação pessoal com eles.
De acordo com fontes próximas, Catan não faz parte do grupo de parlamentares de Mato Grosso do Sul que mantêm proximidade frequente com o núcleo bolsonarista. Nas redes, membros da família Bolsonaro têm reforçado que a prioridade atual é apoiar candidatos mais alinhados ao grupo. Em Brasília, os deputados federais Marcos Pollon (PL-MS) e Rodolfo Nogueira (PL-MS) são os que mais participam de reuniões e articulações próximas, tendo atuado recentemente pela aprovação do Projeto de Lei da Dosimetria, medida que pode beneficiar o ex-presidente Bolsonaro.
Paralelamente, o ex-governador Reinaldo Azambuja, atual presidente estadual do PL, tem ganhado espaço nas discussões da direção nacional do partido, consolidando sua influência interna.
Como já noticiado, Catan teria tentado uma reconciliação política com Azambuja, com quem manteve rivalidades públicas no passado. O movimento, segundo aliados, visa garantir sua permanência no PL e pavimentar o caminho para uma possível reeleição em 2026, mesmo sem o respaldo direto da família Bolsonaro.
Desde a chegada de Azambuja ao comando do partido, há cerca de nove meses, o deputado estadual suspendeu completamente as críticas ao novo líder da sigla.
Em um vídeo de 34 segundos que viralizou em grupos de WhatsApp, Catan não confirma nem desmente rumores de aproximação com o ex-governador. Em vez disso, ele opta por ataques genéricos e defende a lançamento de uma candidatura própria do PL nas disputas estaduais.